Carla Borba

Um jogo pode ter muitos significados. Pode evocar diversão, disputa, espírito esportivo, mas também competitivo, encontro, confronto, superação, submissão, vitória, derrota. Mas e quando o jogo é estabelecido como base de projetos artísticos? Quais regras passam a valer? Carla Borba utiliza o jogo como metodologia de encontro e potência poética para lidar com questões nada divertidas. Partindo de tensões sociais e tendo o corpo como suporte de seus trabalhos, gera situações de embate que perpassam momentos que podem ser íntimos e, ao mesmo tempo, de amplo espectro social. POLARES, primeira individual da artista em São Paulo, ocupa o espaço expositivo da AURA com a performance “Partituras de um duelo” e seus vestígios. Na performance, Carla Borba propõe uma série de duelos inspirados no jogo “pedra, papel e tesoura”, que o extrapolam ao expandir os elementos da disputa, sua escala e seus significados ordinários, simbólicos e sensíveis. Algodão e fogo, tijolo e marreta, areia e aspirador de pó, papel e água são alguns dos componentes utilizados nos combates vivenciados por Carla Borba e pela performer convidada, Carina Dias. Força física e características do desgaste dos materiais são utilizados ora a favor.