Manoela Monteiro
A construção de uma imagem na tela percorre infinitos caminhos, Manoela Monteiro usa a subjetividade e o inconsciente como parte do processo de sua pesquisa pictórica. Aqui, a relação entre formas e cores flui na direção do entendimento do espaço da pintura como uma imensidão de possibilidades, abraçando todos os desvios que se façam necessários.
Os trabalhos surgem na intersecção entre camadas, linhas e tons que dão origem à composição. Tais camadas se sobrepõem na intenção de esconder e, ao mesmo tempo, revelar o vazio que dá origem às formas. Nesse sentido, o uso do branco se torna recorrente na criação das imagens, como parte da contínua ação de construção e apagamento.
O uso da linha aparece no fio tênue e quase invisível que separa abstração e literatura, formas e letras nascem da tela como a construção de uma poesia que não necessariamente faz o uso de palavras para existir. Assim, Manoela faz da pintura o caminho de acesso ao ambiente de contemplação dos processos metafóricos da vida e da mente, como um exercício de viver entre pensamentos.